quarta-feira, 28 de março de 2012

APOIO - Venha se manifestar contra a privataria da Cultura!

Em apoio à Carta Maior reproduzo a divulgação do ato contra a privataria da Cultura!

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19836

Venha se manifestar contra a privataria da Cultura!
Ato acontece no dia 3 de abril, terça-feira, no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Entidades denunciam desmonte geral da rádio e TV Cultura, defendem retomada de programas extintos, democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, pluralismo, diversidade na programação e uma política transparente e democrática para abertura à programação independente.
Redação




As rádios e a TV Cultura de São Paulo se consolidaram historicamente como uma alternativa aos meios de comunicação privados. As rádios AM e FM ficaram conhecidas pela excelente programação de música popular brasileira e de música clássica. A televisão criou alguns dos principais programas de debates de temas nacionais, como o Roda Viva e o Opinião Nacional, e constituiu núcleos de referência na produção de programas infantis e na de musicais, como o Ensaio e o Viola, Minha Viola. As emissoras tornaram-se, apesar dos percalços, um patrimônio da população paulista.

Contudo, nos últimos anos, a TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e privatização, com a degradação de seu caráter público. Esse e outros fatos se destacam:

- mais de mil demissões, entre contratados e prestadores de serviço (PJs);

- extinção de programas (Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Cultura Retrô, Login) e tentativa de extinção do Manos e Minas;

- demissão da equipe do Entrelinhas e extinção do programa, sem garantias de que ele seja quadro fixo do Metrópolis;

- aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo;

- enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis;

- entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados, como a Folha de S.Paulo;

- cancelamento de contratos de prestação de serviços (TV Justiça, Assembleia e outros);

- doação da pinacoteca e biblioteca;

- sucateamento da cenografia, da marcenaria, de maquinaria e efeitos, além do setor de transportes.

Pela sua composição e formato de indicação, o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta não tem a independência necessária para defender a Cultura das ações predatórias vindas de sua própria presidência. Mesmo que tivesse, sobre alguns desses pontos o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta sequer foi consultado.

Não podemos deixar esse patrimônio do povo de São Paulo ser dilapidado, vítima de sucateamento promovido por sucessivas gestões sem compromisso com o interesse público, seriamente agravado na gestão Sayad.

Nesse momento, é preciso afirmar seu caráter público e lutar pelos seguintes pontos:

- Contra o desmonte geral da rádio e TV Cultura e pela retomada dos programas.

- Em defesa do pluralismo e da diversidade na programação.

- Por uma política transparente e democrática para abertura à programação independente, com realização de pitchings e editais.

- Pela democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta

ATO CONTRA A PRIVATARIA DA CULTURA

3 de abril, terça-feira, às 19h

Sindicato dos Engenheiros de São Paulo

Rua Genebra, 25 – Centro (ao lado da Câmara Municipal)

Gilberto Maringoni
Hamilton Octavio de Souza
Ivana Jinkings
Joaquim Palhares – Carta Maior
Laurindo Lalo Leal Filho
Luiz Carlos Azenha – blog Vi o Mundo
Luiz Gonzaga Belluzzo
Renato Rovai – Revista Fórum e Presidente da Altercom
Rodrigo Vianna – blog Escrevinhador
Wagner Nabuco – Revista Caros Amigos
Emir Sader
Flávio Aguiar

Altercom - Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

CUT – Central Única dos Trabalhadores

Frente Paulista pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação

Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

sexta-feira, 9 de março de 2012

DIA INTERNACIONAL DA MULHER É DIA DE LUTA

Pouco a comemora e muito a lutar. Mulheres do mundo inteiro participam de reivindicações por melhores condições de trabalho e de vida.



NO BRASIL O IBGE DIVULGA PESQUISA E INFORMA QUE AS MULHERES AINDA GANHAM 30% A MENOS DO QUE OS HOMENS NO MERCADO DE TRABALHO.

Além das questões trabalhistas há ainda as discriminações sexual, física e intelectual.

Muitas mulheres ainda trabalham os "três" turnos sozinhas e pior, como foram educadas assim educam seus filhos e filhas da mesma forma. Mulher não precisa de proteção, precisa de direitos e oportunidades iguais.

As mulheres têm toda a condição física, moral, psicológica e intelectual de desenvolver as mesmas atividades dos homens.

Não é a diferença biológica - que se restringe apenas aos órgãos sexuais - que definem formas de ser e viver em sociedade. A própria sociedade é que nos ensina através da mídia, da escola, da família, etc, o que é, como se comporta e o que pode uma mulher.

Em homenagem às mulheres deixo a sugestão de leitura:"O segundo Sexo" de Simone de Beauvoir.

"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher". (Beauvoir, 1949)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Pequeno tratado da idiotice contemporânea, por Marilia Amorim - Blog: Conversa Afiada

Reproduzindo o Blog - CONVERSA AFIADA do renomado jornalista Paulo Henrique Amorim.

Marilia Amorim, Maître de Conférences da Universidade de Paris 8 e ex-professora do Departamento de Psicologia Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, concedeu essa entrevista ao orgulhoso irmão, o ansioso blogueiro, por e-mail.



É a propósito do lançamento de seu terceiro livro na França, “Petit traitê de la bêtise contemporaine, suivi de Comment (re)devenir intelligent”.

1) Ao passar na rua, assim, caminhando contra o vento, como se reconhece um idiota ?

Acontece com todo mundo de se ver idiota em uma situação ou outra. Nenhum problema com isso pois a idiotice pessoal não é a questão. O que me preocupa é a idiotice coletiva, ou melhor, os sistemas coletivos para nos tornar idiotas.

2) Por que a sra se irrita tanto quando a publicidade, a internet ou a televisão lhe tratam de “você” ?

Ao contràrio, me tratar de “você” é perfeitamente aceitável. O que não é aceitável é que se apropriem da primeira pessoa do singular “EU” e a utilizem em meu lugar. Esse é o suprasumo da idiotice linguística, produzida como manipulação publicitária para tentar vender determinados produtos. Os exemplos que analiso no livro são conhecidos apenas pelo público francês, mas posso citar um que é de conhecimento planetário e que está na origem desse modelo. Quando a Microsoft lança o seu “computador pessoal” (personal computer) na concorrência com a MacIntosh, ela coloca na página de entrada do Windows toda a organização das pastas e dos documentos na primeira pessoa do singular: “Meus documentos”, “Minhas imagens” e assim por diante. A pergunta é: meus de quem? Quando organizo meus documentos na minha casa, não escrevo nas pastas “meus documentos” ou “minhas contas” e sim, “contas”, “documentos”, etc. Seria completamente idiota escrever isso nas minhas próprias pastas. A estratégia publicitária da Microsoft era criar no comprador e no usuário a ilusão de que ele estava “em casa”. Como atualmente os publicitários e profissionais de marketing formatam toda palavra pública, com o objetivo de “vender a idéia”, na França e nos Estados Unidos essa aberração linguística invadiu todas as esferas, mesmo aquelas onde quem fala é um poder público e não um supermercado.

3) Qual o resultado dessa apropriação do “eu”, do “você” e do “ele” pela linguagem da publicidade, da televisão e da internet ?

A apropriação do pronome EU é uma manipulação linguística que serve à lógica de mercado. Ela visa a criar no consumidor a ilusão de que ele está sendo ele mesmo quando consome. Ora, o consumo de massa é exatamente aquilo que padroniza e que apaga o Eu.

4) A tese de seu livro é “a palavra que produz a inteligência é a que transmite cultura”. Por que ?

Assim como existe a palavra que nos torna idiotas, ou que pelo menos tenta, existe aquela que nos torna inteligentes ao nos dar um lugar no processo de trasmissão e circulação da cultura. A cultura é o que resiste porque ela nos fornece elementos múltiplos, provindos dos diferentes saberes, da arte, da história, etc. para entender e valorizar a complexidade das coisas e desconfiar das simplificações idiotizantes.

5) A senhora se refere a um diálogo de Platão – “Fedro “- em que Sócrates repele a linguagem escrita. A senhora, como Sócrates, não teme ser jurássica, com suas criticas à televisão e à internet ?

Platão deixou sua obra inteiramente por escrito e somente uma leitura apressada do Fedro pode achar que ele é contra a escrita. O que ele descobriu, através de Sócrates, foi a relação entre a invenção da escrita e a transformação nos processos de memória. Essa descoberta permanece tão atual que todos os filósofos contemporãneos se baseiam em Fedro para tratar das transformações causadas pela invenção da informática. Com a escrita e, mais ainda com a informática, a memória se torna exterior, não está mais dentro da minha cabeça. A externalização permite guardar uma quantidade infinitamente maior de dados, mas ela não nos exime do que Sócrates chama de “trabalho de memória”: o trabalho de cada sujeito singular que se responsabiliza pela transmissão da cultura ao lhe atribuir valor e sentido. Sem o trabalho dos sujeitos, a memória externalizada se reduz a um arquivo frio que, por isso mesmo, acaba se perdendo. É um equívoco pensar que a informática por si só garante a preservação da cultura.

6) Quem é o “papagaio tecnológico “, um personagem de seu livro ?

O papagaio tecnológico é aquele que se refugia nos recursos técnológicos, internet, powerpoint e outros, para esconder que não tem nada a dizer. Ele repete o que todo mundo já sabe ou que faz parte das bobagens circulantes mas disfarça essa indigência com superpoduções hipermediáticas. A indigência de idéias acobertada pela superprodução hipermediática é algo muito frequente no universo internet e vem ocupando outros espaços como, por exemplo, a Universidade. Isso não significa que desprezo a tecnologia e a prova concreta disso é que um dos cursos que ministro na Universidade de Paris é um curso à distância, dado on line. A questão é saber o que você faz com a tecnologia e não pensar que ela pode fazê-lo por você.

7) A senhora não usa o Google ? Parece que não … Qual é o problema do Google ?

Uso o Google quase todo dia, até várias vezes por dia caso contrário, não poderia estar tratando desse assunto. Mas porque o fato de utilizá-lo me impediria de analisar seu funcionamento e fazer críticas? Quando você abre o Google, você cai num shopping center. A informação séria vem junto com um calhamaço de publicidade disfarçada em informação. No início, os próprios criadores do Google consideraram importante separar publicidade de informação, mas com o tempo acabaram cedendo à pressão dos anunciantes. Além disso, mesmo a informação séria ou a obra a ser consultada está submetida a uma lógica mercadológica que é a do “page ranking”: em primeiro lugar aparece a obra que apresenta maior n° de consultas, isto é, a mais cotada. Ora, a melhor obra não é necessariamente a mais cotada e num trabalho de pesquisa, seja ela acadêmica, pessoal ou existencial, uma obra desconhecida a qual ninguém até então havia dado importância pode ser decisiva. Então, para separar o joio do trigo e construir um percurso realmente original nesse shopping center da cultura é preciso ser um cidadão muito bem formado. Toda política educacional deve levar isso em conta. Não basta garantir o acesso material e técnico ao computador e à banda larga; é fundamental garantir uma boa escola que ensine o jovem e a criança a se protegerem da idiotice.

8) Qual a diferença entre o “saber da acão” e o “saber narrativo” ?

Digo que o saber narrativo é o que há de mais fundamental no ser humano. Os animais se comunicam mas não contam histórias. Quem prefere o saber da acão ao saber narrativo é a ideologia dominante e ela o faz porque o único critério de validade no saber da ação é a eficácia: bom é aquilo que funciona e, reciprocamente, se funciona é bom. Nessa lógica pragmática, o que funciona é sempre bom. Ora, um veneno também é uma coisa bastante eficaz: ele mata.

9) A sra diz que a televisão é a “psicotecnologia da idiotice”. O que a senhora tem contra a televisão ? A sra tem uma certa implicância com a “entonação“ dos apresentadores da televisão. Por que ?

Foi o filósofo Bernard Stiegler quem batizou a televisão com essa expressão que acho excelente. Mas não critico toda e qualquer televisão. A televisão que critico é aquela que está inteiramente a serviço dela mesma e de seus anunciantes, e não do espectador. O que ela quer é garantir que o sujeito não desligue nem mude de canal e desenvolve tiques de linguagem que traem essa postura. No meu livro, dou um exemplo do campeonato de tênis transmitido ao vivo pela televisão aberta francesa. Os comentaristas ocupam todo o lugar, falam sem parar e fazem com que o acontecimento crucial que é uma partida final de campeonato fique em segundo plano. Uma partida de tênis supõe silêncio: não apenas para os jogadores poderem se concentrar, mas também para aquele que assiste. Ora, a televisão quebra esse clima e introduz sua entonação “engraçadinha e simpática” cujo único significado é um irritante “Fique com a gente!”. Imagino que nas transmissões de futebol na TV brasileira deva acontecer algo parecido.

10) Todos os jornalistas se parecem ? É tudo a mesma mixórdia ?

Claro que não! Há jornalistas que trabalham se pautando por imperativos inversos ao que acabo de descrever. Eles colocam o direito do leitor ou do espectador à informação e à verdade acima de tudo e por isso, muitas vezes, arriscam as próprias vidas.

11) “As condições enunciativas da idiotice” que a senhora localiza na sociedade contemporânea são coisas nossas, do nosso tempo, ou nunca houve idiotice igual ? Essas “condições enunciativas” têm algo haver com o que se chama vulgarmente de “neo-liberalismo “, ou na sua contrafação mais erudita, de “pós-modernismo” ?

Todos os regimes totalitários criam dispositivos para nos transformar em idiotas. A ditadura militar fazia isso através da censura das falas. A ditadura do mercado transforma sutilmente a maneira de falar para dar a ilusão de que não estou submetido a nenhum poder e que sou eu o centro de tudo. “Eu isso, eu aquilo” como se fosse realmente eu quem estivesse dando as cartas. É o que chamo de totalitarismo não-autoritário pois o mercado invade todas as esferas da nossa vida sem que apareça a figura da autoridade que o representa. Essa forma de poder se esconde atrás de uma fala “simpática” ou “lúdica” o que torna a resistência e a crítica muito difíceis.

12) Como “des-conhecer a palavra que leva à idiotice” ? – como a sra recomenda no fim?

Não é isso o que eu digo. É a palavra que leva à idiotice que nos faz des-conhecer, isto é, deixar de conhecer o que conhecíamos. E o que recomendo é empreender coletivamente um “trabalho de memória” de tudo aquilo que tentam nos fazer esquecer quando nos tratam como idiotas. Nesse trabalho coletivo, é preciso não ter mêdo de ser visto como “jurássico” e assumir a responsabilidade que cabe às gerações mais velhas. Como venho de um outro tempo, conheci outros mundos, com seus defeitos e qualidades, e isso me dá elementos de comparação. A comparação é um procedimento cognitivo fundamental, é a base do raciocínio inteligente e as gerações que já nasceram dentro do funcionamento atual não podem comparar. Embora pressintam e desejem essa comparação pois ela está prevista na própria língua: é a diferença entre o verbo ser e o verbo estar. Como dizia um cartaz de “los indignados” que encontrei em Santiago de Compostela, na Galícia, “el mundo está así, no es así”.

13) Uma ultima questão: o seu estilo, coloquial, bem humorado, de tratar do leitor como interlocutor vem de Machado ou de Baudelaire: “hypocrite lecteur, mon semblable, mon frère!” ?

Tentei escrever um livro engraçado e, segundo o que dizem os leitores, parece que consegui. Porque o humor é uma arma muito importante contra a idiotice, sobretudo quando ela é produzida por abuso de poder. Se eu fosse o Henfil, nosso genial cartunista, que, aliás, cito nesse trabalho, esse livro seria um cartoon. Isso fica claro, por exemplo, nas várias passagens em que debocho do Sarkozy e a quem me refiro, de maneira ironicamente pomposa, como o Presidente da República Francesa, vulgo, PRF…

quinta-feira, 1 de março de 2012

A primeira edição do Encontro de Blogueiros Progressistas da Grande Natal


Fonte: Site do Dep Fernando Mineiro - PT/RN (www.mineiropt.com.br)

A primeira edição do Encontro de Blogueiros Progressistas da Grande Natal, que ocorrerá em Natal, capital do Rio Grande do Norte, de 2 a 4 de março de 2012, já tem programação e local definidos. Será no campus Cidade Alta do Instituto Federal de Educação Tecnológica do RN (IFRN). O evento é vinculado ao movimento sem fins-lucrativos #BlogProg do Brasil, cuja segunda edição nacional, em Brasília, reuniu nomes como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Paulo Bernardo (das Comunicações), além de blogueiros do campo progressista de todo o país, a exemplo dos jornalistas Paulo Henrique Amorim (TV Record) e Leandro Fortes (Carta Capital).

Leia mais em:
http://www.mineiropt.com.br/noticias/i-encontro-de-blogueiros-progressistas-da-grande-natal/